quinta-feira, 12 de maio de 2016

SÁBADO, 14, BABINSK INAUGURA EXPOSIÇÃO COMEMORATIVA NO DRAGÃO

Nascido em Varsóvia, Babinsk registra o Ceará na sua arte
O Centro Dragão do Mar de Arte e Cultura inaugura neste sábado (14), às 17h, a exposição “O Sertão Alegre de Babinski: Figuração e Oralidade no Ceará”, do artista Maciej Babinski, com curadoria de Dodora Guimarães. Composta por gravuras e pinturas a coleção fica em cartaz no Museu da Cultura Cearense até 31 de julho. O evento contará com a participação do Dj IvanTimbó.

Esta é uma oportunidade de reconhecer o trabalho de um dos maiores artistas que adotou o nosso estado como terra natal. Babinski, além de completar 85 anos este ano, comemora 25 anos de sertão cearense com 50 obras contemporâneas (pinturas e gravuras), com a série inédita de pinturas realizadas entre 2006 e 2016.

A exposição comemorativa é também um agradecimento do artista ao ‘novo de sempre’ que encontrou na natureza e povo do sertão cearense, que fez seu trabalho se desenvolver gradualmente através de um sentido mais humano.

A curadora, Dodora Guimarães, afirma que Babinski é uma lenda viva da arte brasileira. “Viva o Ceará que o acolheu e agora desfruta da boa arte produzida por este pintor, gravador e aquarelista que se agiganta ao falar do périplo que percorreu até chegar a Várzea Alegre, onde além de uma família sertaneja ele encontrou o imaginário que o fez pintor. E quê pintor!”, ressalta.

O artista que conviveu com Oswaldo Goeldi, Augusto Rodrigues e Darel Valença Lins, nos primeiros anos vividos no Brasil, no Rio, e anos mais tarde em São Paulo, com Wesley Duke Lee e Evandro Carlos Jardim, dentre outros expoentes da história da arte brasileira, há 25 anos deixou-se encantar por Lidia, e com ela fincou sua âncora no Sítio Exu, a poucos quilômetros do centro de Várzea Alegre.

Babinski abriu o seu atelier para a nova paisagem e a nova figuração do entorno. A este sinal verde, uma corrente migratória humana adentrou, se fazendo presente, impondo-lhe cores novas e ardentes, e exigindo-lhe espaços em crescente expansão. O grafista cedeu ao canto da sereia sertaneja. As 19 pinturas que deságuam na nova exposição, foram todas produzidas após as suas últimas exposições em Fortaleza, no Sobrado Dr. José Lourenço, e em São Paulo, no Museu AfroBrasil, em 2012. Marcadamente cearenses, são também as 31 gravuras realizadas na técnica da água forte, no seu belo e exemplar atelier instalado no Sítio Exu.

Sua trajetória no Brasil é bastante expressiva, onde inclui trabalhos realizados em grandes metrópoles como Rio de Janeiro, São Paulo e Brasília. Participou de várias exposições individuais e coletivas, nacionais e internacionais.

O artista nasceu em Varsóvia, em 1931. Durante a 2ª Guerra, sua família abandonou a Polônia, instalando-se na Inglaterra e depois no Canadá. Babinski emigrou para o Brasil com 22 anos, em 1953.



Sobre Maciej Antoni Babinski

Varsóvia, Polônia - 1931. Vive e trabalha em Várzea Alegre, CE.

Desenhista, gravador, ilustrador, pintor, professor. Migra com a família para a Inglaterra, em 1940, em consequência da Segunda Guerra Mundial (1939-1945). Inicia no período sua formação artística, estudando aquarela com o padre Raphael Williams O.S.B., que o introduz na pintura de campo. Em 1949, Babinski e sua família fixam residência em Montreal, no Canadá, onde estuda pintura com John Goodwin Lyman, na Mc. Gill University; cursa gravura com Eldon Grier; e desenho e pintura com Goodrich Roberts, na Art Association of Montreal. No ateliê de Roberts, pinta paisagens, interiores enaturezas-mortas. Em paralelo, aproxima-se do grupo de vanguarda Les Automatistes (Os Automatistas), reunido em torno de Paul-Émile Borduas, expondo com eles em 1952, no Musée des Beaux-Arts de Montréal. No Canadá realiza em sua primeira exposição individual, em 1953. No mesmo ano, muda-se para o Brasil, permanecendo no Rio de Janeiro até 1965. Integra-se ao meio local, no convívio com os artistas Oswaldo Goeldi, Augusto Rodrigues e Darel Valença Lins, tomando parte em salões e outras importantes mostras coletivas. Em 1961, realiza uma série de 24 gravuras, na técnica da água forte, para o livro Cadernos de João, de Aníbal Machado, editado pela sociedade Cem Bibliófilos do Brasil. Realiza nas galerias Selearte, de São Paulo (1962) e na Petite Galerie, do Rio de Janeiro (1964), suas primeiras mostras comerciais no Brasil. É convidado a lecionar no Instituto Central de Artes da Universidade de Brasília - ICA/UnB, em 1965, afastando-se um ano depois, por razões políticas. Após viver oito anos em São Paulo, entre 1966 e 1974, muda-se para Minas Gerais, primeiro para Araguari e depois para Uberlândia, onde atua como professor na Universidade Federal de Uberlândia - UFU, de 1979 a 1987. Com a anistia política é reintegrado à UnB em 1988, lá permanecendo até se aposentar, em 1991, quando passa a residir em Várzea Alegre, no sul do Ceará. Em 2004, é realizada a retrospectiva Babinski: 50 Anos de Brasil, no Conjunto Cultural da Caixa, em Brasília. Em 2012, é realizada a Mostra O Imaginário de Babinski, no Museu Afro Brasil, em São Paulo.


(Com informações de Gigi Borges Soluções em Comunicação)

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